Creche
Em 24 de outubro de 1954 realizou-se a Assembléia geral de abertura dos trabalhos para instalação do Fraterno Auxílio Cristão (FAC) e das Bases Missionárias na Paróquia Sagrada Família, presidida pelo Rev. Padre. Augusto Petró, Pároco. Contou com a presença do Rev. Padre. Antônio Siqueira, Sra Zilda Sá Brito Martins, Presidente Arquidiocesana, das Diretorias dos vários sodalícios religiosos da Paróquia e de elevado número de paroquianos.
A creche iniciou suas atividades em uma pequena casa de madeira, mesmo local onde se encontra atualmente.
Durante muitos anos, as atividades consistiam na distribuição de alimentos, agasalhos, vacinas, cuidados de higiene pessoal e orientação familiar, distribuição de mamadeiras (diariamente). As crianças não permaneciam na creche.
Criou-se depois o berçário, que, junto com as demais atividades, funcionou por vários anos.
Hoje vemos jovens que acolhemos com três ou quatro anos, já com quinze ou dezesseis, encaminhados, trabalhando, estudando, namorando e indo à creche buscar os irmãos mais moços. Recebemos a visita de jovens que retornam por saudades e boas lembranças que levaram.
Constitui orgulho e satisfação ver que crianças que saíram da creche hoje brilham como os primeiros colocados em escolas estaduais e também em escolas particulares. Isto não é exceção, é rotina, graças ao eficiente e eficaz projeto pedagógico estabelecido.
Muitas famílias foram salvas porque a creche estendeu-lhe a mão. É o caso de uma mãe analfabeta, desempregada, morando em casebre de peça única, sem luz e sem água, que criou quatro filhos na creche, único lugar onde eles se alimentavam.
É o caso da filha de um papeleiro que morava embaixo da elevada, que foi trazida à creche com inúmeros problemas de desnutrição, higiene e doenças de pele.Tendo recebido na creche tratamento completo: banho, medicamentos, alimentação, roupas e educação. Alguns anos depois, graças à Diretora da creche ela foi interna em escola de freiras. Hoje, adotada por uma ex-funcionária da creche, vive feliz em ambiente familiar, como única filha do casal.
Casos como estes são freqüentes. No balcão da creche muitas mães choram por que não conseguiram vaga; outras, por que conseguiram vaga. Muitas crianças, diariamente, saem da creche, pela mão da mãe chorando, porque não querem ir para casa.